Por
definição, um sistema de cabeamento estruturado
compreende uma infra-estrutura flexível que deve
suportar a utilização de cabos visando atender diversos
tipos de aplicações tais como: dados, voz, imagem
etc. Assim, a escolha de um sistema de cabeamento
estruturado é uma decisão muito importante, pois
influenciará a performance de toda a rede, como
também a sua confiabilidade.
A instalação
de um sistema de cabeamento estruturado envolve
cinco áreas básicas:
Sala
de equipamentos:
Onde se localizam os equipamentos ativos do sistema,
bem como as interligações com sistemas externos,
por exemplo, central telef�nica, servidor de rede,
central de alarme, etc. Recomenda-se que seja
um ambiente especialmente reservado para este
fim, com as dimensões recomendadas na norma, conforme
as necessidades de cada edificação;
Cabeamento
Vertical:
Todo o conjunto permanente de cabos primários,
que interliga a sala de equipamentos até os painéis
distribuidores localizados nos diversos pontos
da edificação;
Painéis
de Distribuição:
Também conhecidos como Salas de Telecomunicações.
Estão localizados em diversos pontos da edificação,
recebendo, de um lado o cabeamento primário vindo
dos equipamentos, e do outro, o cabeamento horizontal,
fixo, que se conecta as áreas de trabalho;
Cabeamento
Horizontal:
� o conjunto permanente de cabos secundários,
ou seja, que liga o painel de distribuição até
o ponto final do cabeamento;
�rea
de trabalho:
� o ponto final do cabeamento, onde uma tomada
fixa (outlet) atende uma estação de trabalho,
um telefone, um sensor, etc.
Norma
ANSI/TIA/EIA-568B
No
primeiro semestre de 2002 foi emitido o documento
ANSI/TIA/EIA-568-B, o qual substituiu a antiga norma
ANSI/EIA/TIA-568-A. Este documento especifica o
"Sistema de Cabeamento Genérico de Telecomunicações
para Edifícios Comerciais". O propósito do
mesmo é possibilitar o planejamento e a instalação
do sistema de cabeamento estruturado em edifícios
comerciais.
Com
áreas distintas de foco, o novo documento foi dividido
em três normas, de forma que cada uma possa ser
revisada e atualizada independentemente:
TIA/EIA/568-B.1
- "General Requirements".
TIA/EIA/568-B.2
- "Balanced Twisted Pair Cabling Components".
TIA/EIA/568-B.3
- "Optical Fiber Cabling Components Standard".
As
principais alterações técnicas feitas neste novo
documento são as seguintes:
ANSI/TIA/EIA
568-B � B.1
A norma
TIA/EIA/568-B.1, que especifica os requerimentos
mínimos para o cabeamento de telecomunicações a
ser instalado tanto no interior dos edifícios, assim
como nas instalações feitas entre edifícios, em
ambientes externos. Este documento possui informações
sobre topologias, dist�ncias, cabos reconhecidos,
configurações dos conectores, entre outras.
O cabeamento
especificado nesta norma deve suportar vários tipos
de aplicações comerciais, tais como: voz, dados,
imagem, controle etc.
Esta
norma incorpora e remodela o conte�do dos seguintes
documentos:
TIA/EIA
TSB 67 � Transmission Performance Specifications
for Field Testing of Unshielded Twisted Pair Cabling
Systems;
TIA/EIA
TSB 72 � Centralized Optical Fiber Cabling;
TIA/EIA
TSB 75 � Additional Horizontal Cabling Practices
for Open Offices;
TIA/EIA
TSB 95 � Additional Transmission Performance Guidelines
for 4-Pair 100 Ohms Category 5 Cabling;
ANSI/TIA/EIA
568-A-1 � Propagation Delay and Delay Skew Specifications
for 100 Ohms 4 Pair Cable;
ANSI/TIA/EIA-568-A-2
� Corrections and Additions to TIA/EIA-568-A;
ANSI/TIA/EIA-568-A-3
- Performance Specifications for Hybrid Cables;
ANSI/TIA/EIA-568-A-4
� Production Modular Cord NEXT Loss Test Method
and Requirements for Unshielded Twisted Pair Cabling;
ANSI/TIA/EIA-568-A-5
� Transmission PerformanceSpecifications for 4
Pair 100 Ohms Category 5e Cabling;
TIA/EIA/IS-729
� Technical Specifications for 100 Ohms Screened
Twisted Pair Cabling
Cabeamento
backbone
Os
meios de transmissão reconhecidos pela norma são:
Cabo
par trançado sem blindagem, 4 pares 100 Ohms
UTP;
Cabo
óptico multimodo 50/125um ou 62,5/125um;
Cabo
óptico monomodo.
Cabeamento
horizontal
Os
meios de transmissão reconhecidos pela norma são:
Cabo
de par trançado sem blindagem, 4 pares 100 Ohms
UTP ou SC/TP (Screened Twisted Pair);
Cabo
óptico multimodo de 2 fibras 50/125um ou 62,5/125um;
Cabo
de par trançado blindado 2 pares 150 Ohms -
STP-A (não é recomendado para novas instalações).
�rea
de Trabalho
Para
o atendimento na área de trabalho, a norma recomenda
o mínimo de duas tomadas / conectores de telecomunicações
para cada 10m2 de área, com a seguinte
distribuição:
Primeira
Tomada (obrigatório): Cabo de par trançado sem
blindagem (UTP) 4 pares 100 Ohms ou SC/TP e
conector Categoria 5e;
Segunda
Tomada: Cabo de par trançado sem blindagem (UTP),
4 pares 100 Ohms ou SC/TP e conector Categoria
5e;
Cabo
de 2 fibras ópticas 62,5/125um e/ou 50/125um
e conectores ópticos (recomendado o SC ou os
SFF � Small Form Factor);
ANSI/TIA/EIA
568-B � B.2
A norma
TIA/EIA-568-B.2 fornece os padrões mínimos de performance
dos componentes de cabeamento, assim como os procedimentos
para validação dos mesmos, visto que a performance
do sistema depende das características dos seus
componentes (cabo horizontal, hardware de conexão
e patch cords), n�mero total de conexões e dos cuidados
com que os mesmos foram instalados e serão mantidos.
Par�metros
de transmissão para cabos de par trançado
Os
cabos de pares trançados foram inicialmente concebidos
para sinais analógicos de baixa amplitude e freq�ência.
Ao se fazer o trançamento dos pares de fios reduz-se
a interação entre eles e os pares adjacentes e,
ao mesmo tempo, a indut�ncia equivalente dos mesmos.
Em contrapartida, obtém-se uma maior capacit�ncia.
Tal
capacit�ncia não era problema nas primeiras redes
de comunicação, devido à baixa freq�ência de transmissão
envolvida. No entanto, com o avanço das tecnologias
de transmissão de dados, essa capacit�ncia teve
de ser reduzida com o uso de novas técnicas de construção
e novos materiais (condutores mais finos e melhores
materiais dielétricos), do contrário ficaria impossível
transmissão em altas velocidades.
As
atuais aplicações de redes de computadores, com
altas taxas de transmissão, exigem que os sistemas
de cabeamento sejam caracterizados por par�metros
de transmissão tais como: perda de inserção, PSNEXT,
perda de retorno e PSELFEXT.
A norma
TIA/EIA-568-B.2 especifica os componentes do cabeamento,
a performance de transmissão, os modelos de sistema
e os procedimentos de medição necessários para a
verificação do cabeamento balanceado de par trançado.
Além disso, esta norma especifica os equipamentos
de teste e medição em campo, incluindo os requisitos
de melhoria de performance para cabos UTP e correspondente
conexão de hardware.
Como
exemplo, pode-se destacar os novos sistemas de cabeamento
para tráfego de voz, dados e imagens, projetados
segundo os requisitos da norma ANSI/TIA/EIA-568B.2-1
(Balanced Twisted Pair Cabling Components), categoria
6, para cabeamento horizontal ou secundário entre
os painéis de distribuição (Patch Panels) e os conectores
nas áreas de trabalho.
ANSI/TIA/EIA
568-B � B.3
A norma
TIA/EIA-568-B.3 especifica os requerimentos mínimos
para os componentes de fibra óptica utilizados nos
sistemas de cabeamento estruturado como: cabos,
conectores, hardware de conexão, patch cords e equipamentos
de teste e medição em campo. Nesta norma são reconhecidos
os cabos ópticos multimodo (50/125um e 62,5/125um)
e cabos monomodo.
Por
exemplo, esta norma inclui os requisitos de transmissão
de cabos e componentes de fibras ópticas como:
Performance
de conectores:
A perda de inserção máxima para todos os tipos
de conectores ópticos (multimodo e monomodo) é
0,75dB. A perda de retorno máxima é � 20dB para
cabos multimodo e � 26dB para cabos monomodo;
Raio
de curvatura mínimo e força de tensionamento:
Os cabos de 2 e 4 fibras utilizados para cabeamento
horizontal devem suportar raio de curvatura de
25mm (1") sob nenhuma condição de carga.
Esses cabos, para serem lançados através do caminho
horizontal durante a instalação, devem suportar
raio de curvatura de 50mm (2") sob tração
de 222 N (50lbf). Cabos para instalação externa
devem suportar raio de curvatura de 10 vezes o
di�metro do cabo sob nenhuma condição de carga
e 20 vezes o di�metro externo quando se trata
de tensão de carga no cabo até o limite avaliado.
Estes cabos devem atender um mínimo de 2670 N
de força de tensão;
Identificação
de conectores:
Conectores tipo 568SC: Pode ser usado em cross-connect
horizontal intermediário e principal. A posição
das 2 fibras no conector e adaptador 568 SC
devem ser referenciadas como posição A e posição
B. O conector e adaptador multimodo deve ser
bege e o conector e adaptador monomodo deve
ser azul;
Conectores SFF (Small Form Factor): Pode ser
usado em cross-connect horizontal intermediário
e principal, pontos de consolidação e áreas
de trabalho.